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Avatar de Rai Rezende

Em dado momento, chorei lendo esse texto. Decidi ser jornalista aos 18, depois de negar por um tempo significativo que era disso que eu gostava. “Negava” porque sabia que seria difícil. Acabei cedendo à minha busca por prazer profissional, a busca por felicidade, pela completude que você citou. Passei em uma universidade federal aos 19. Estava há quase 1 ano trabalhando como telemarketing, só pra juntar algo pra faculdade, que seria em outro Estado. Chorei no banheiro do trabalho quando vi que passei no SISU. Pensei que tudo ia mudar, que eu tinha dado um passo significativo em direção a um futuro cheio do que eu amava. Bem, me formei durante a pandemia e um amigo programador me convenceu a tentar programar também, já que eu estava preocupada com o mercado de trabalho no jornalismo. Planejei receber minha renda com programação, enquanto faço o que amo (jornalismo) de graça. Só agora estou tendo mais tempo pro meu podcast (que veio de uma das minhas disciplinas preferidas na universidade: radiojornalismo). Ainda assim, mesmo que um episódio dure dias pra ficar pronto e várias horas só de edição, me falta tempo pra me entregar por completo, para fazer grandes pesquisas e um episódio com toda a qualidade que eu quero. Mesmo assim, estou contente com o resultado atual. Só que a vontade de voltar totalmente pro jornalismo, de viver disso, voltou. Tenho pensado muito sobre isso, mas para todo mundo que pergunto que se sustentam pela area, as informações são desanimadoras: são todos freelancers, PJ, 0 direitos, não podem recusar trabalho, como você disse. Eu sempre soube que seria difícil, mas não sabia que o mercado estava tão sombrio assim. Até hoje, 4 anos depois de formada, não me arrependo da faculdade. Foram os momentos mais felizes da minha vida. Mas ao que tudo indica, precisarei seguir programando e seguir dando o tempo que me resta ao que eu amo, e quem sabe um dia eu tenha a sorte de viver disso, de ter assinantes o suficiente ou de ser descoberta por alguém. O sonho continua. Acho que pra ser jornalista já temos uma tendência à grande imaginação. A incompletude continua, também.

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Avatar de Maria Luiza Mendes Furia

É isso aí, companheiro! Depois de 8/9 anos caçando frilas, após 33 anos de "carreira" em grandes empresas de comunicação (comecei em 83, aos 21), sobrevivo mal com uma aposentadoria pífia (por idade) e foi uma vida toda jogada fora... Quando perguntam minha profissão, digo que estive jornalista. Abraço, boa sorte.

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